PF indicia Bolsonaro e mais 11 em inquérito das joias
A Polícia Federal informou que Bolsonaro foi acusado de cometer peculato, que se caracteriza pela apropriação de recursos públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Saiba mais sobre os crimes aqui.
O antigo presidente sempre negou qualquer ilegalidade. O advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, declarou que não iria se pronunciar agora pois ainda não teve acesso ao relatório da Polícia Federal.
Caso das joias: Bolsonaro é acusado de cometer 3 delitos
Além disso, outras 11 pessoas foram acusadas - todas por participação em organização criminosa, 7 por desvio de dinheiro público, 9 por lavagem de dinheiro e 1 - o ex-diretor da Receita Julio Cesar Vieira Gomes - por favorecimento em questões administrativas.
No parecer conclusivo, não foi solicitada a detenção preventiva ou temporária de nenhum dos suspeitos envolvidos.
O fechamento da investigação é o momento em que a Polícia Federal identifica os responsáveis pelos delitos e quais delitos foram cometidos.
O documento conclusivo contendo as considerações e os pormenores sobre as acusações será encaminhado ao ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pelo processo.
Moraes irá encaminhar o caso para a Procuradoria-Geral da República, que irá avaliar os resultados e decidir se existem provas o suficiente para solicitar o indiciamento de Bolsonaro ou se são necessárias novas diligências.
O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, declarou em sua conta no X (antigo Twitter) que foi acusado "porque, ao exercer minhas funções, defendi um cliente".
Observe a seguir, minuciosamente, cada etapa dos passos futuros.
Rolex E Joias Suíças Contrabandeados Para Os EUA
Durante seu mandato, Bolsonaro recebeu presentes e joias, e as investigações da Polícia Federal indicam que alguns desses itens foram enviados para os Estados Unidos em junho de 2022, último ano de seu mandato como presidente.
Dentre os presentes recebidos por Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019, destacava-se um conjunto de jóias que incluía um relógio de ouro branco da marca Rolex, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico.
De acordo com as apurações, o relógio foi levado para fora do Brasil em um voo da Força Aérea Brasileira, na companhia de uma equipe do ex-presidente. Posteriormente, foi comercializado por aproximadamente R$ 300 mil a uma loja denominada Precision Watches, localizada na Pensilvânia, nos Estados Unidos, em junho de 2022.
Em 2023, após a exposição na mídia da presença do Rolex, os apoiadores do Bolsonaro organizaram uma ação para readquiri-lo e devolvê-lo ao governo do Brasil.
Jóias de luxo da Chopard também estão sendo comercializadas nos Estados Unidos, após sua chegada ao Brasil em 2021, acompanhada por uma delegação do governo brasileiro.
Alguns desses artigos de luxo, incluindo o colar de diamantes da marca Chopard, foram confiscados pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos. Aliados de Bolsonaro organizaram uma ação para tentar recuperá-los em 29 de dezembro de 2022, próximo ao término do mandato do presidente e um dia antes de sua viagem aos Estados Unidos.
Uma parcela adicional, no entanto, escapou da fiscalização e acabou sendo levada para os Estados Unidos, onde foi colocada à venda por uma casa de leilões com sede em Nova York, mas acabou não sendo comprada.