Aliados de Bolsonaro fazem ato político no Rio de Janeiro

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Apoiadores do antigo mandatário da nação Jair Bolsonaro organizaram uma demonstração na área litorânea da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no primeiro dia da semana (21). O próprio Bolsonaro utilizou suas plataformas digitais para convocar os indivíduos para a concentração.

Com diversas intervenções que uniram política e religião, os partidários do ex-líder proferiram palavras em prol de Bolsonaro, do proprietário da plataforma X (antigo Twitter), Elon Musk, e da autonomia de expressão, além de censurarem meios de comunicação, a presente administração, o membro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e as averiguações a respeito da tentativa de subversão do Estado.

Compreenda a controvérsia envolvendo Musk neste artigo.

Durante o discurso em cima do caminhão de som, Bolsonaro declarou que está sofrendo com a "covardia" de um "sistema" que deseja eliminá-lo completamente da disputa política.

Um inquérito está em andamento para apurar a participação de Bolsonaro na tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023. Em fevereiro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, a Polícia Federal (PF) apreendeu o passaporte do presidente durante a operação Tempus Veritatis.

De acordo com a pesquisa realizada pela Polícia Federal, durante o seu mandato como presidente da República, Jair Bolsonaro teve conversas tensas com membros militares para discutir os detalhes de um possível golpe de Estado. Nessa minuta, o presidente planejava deter os ministros do STF, Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Adicionalmente, o rascunho propunha a convocação de eleições presidenciais adicionais, justificando-se por meio de evidências falsas que apontavam a ocorrência de fraude nas urnas eletrônicas.

Os participantes da manifestação em Copacabana presenciaram a defesa do ex-presidente diante das acusações de sua suposta participação na criação da chamada minuta do golpe.

"Nós nunca ultrapassamos as fronteiras do campo. Alguém já analisou essa ideia de conspiração? Quando se discute a possibilidade de implantar estado de sítio, trata-se de uma proposta que pode ser apresentada pelo presidente ao Congresso Nacional, dentro dos limites constitucionais. O presidente não toma nenhuma decisão judicial sem a devida autorização do parlamento. Ele só dá seguimento aos decretos após receber a aprovação do Congresso." afirmou Bolsonaro no último domingo.

Bolsonaro ainda mostrou seu apoio aos manifestantes detidos durante as manifestações de 8 de janeiro, quando um grande número de indivíduos invadiu e causou danos no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele retomou o assunto sobre o processo de eleições. "Desejo que possamos participar das eleições sem qualquer suspeita. Afinal, a essência da democracia é uma eleição justa, onde ninguém deve questioná-la. Não estou questionando a integridade das eleições, isso já se encerrou."

No mês de junho do ano passado, o TSE declarou que Bolsonaro estaria impossibilitado de concorrer a cargos eleitorais pelos próximos oito anos. O motivo foi o abuso de poder político e o uso inadequado dos meios de comunicação. Isso ocorreu durante a campanha eleitoral de julho de 2022, quando o candidato à reeleição convocou uma reunião com embaixadores para atacar o sistema eletrônico de votação, sem apresentar provas.

No mês de outubro daquele mesmo ano, Bolsonaro foi considerado inelegível pelo TSE pela segunda vez, devido ao seu abuso de poder político. Os juízes, em sua maioria, concluíram que ele utilizou as festividades do bicentenário da independência do Brasil, ocorridas em sete de setembro de 2022, com o intuito de se beneficiar em sua campanha para a reeleição.

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