Leandro Boldrini é novamente condenado pela morte do filho em 2º ...

23 Mar 2023
Caso ... Bernardo Boldrini

O médico Leandro Boldrini foi novamente condenado hoje por homicídio qualificado pela participação na morte do próprio filho, Bernardo Boldrini, em abril de 2014. Na época, o menino tinha 11 anos. Ele também foi sentenciado por falsidade ideológica.

Boldrini foi condenado a 30 anos e oito meses de prisão pelo homicídio quadruplamente qualificado por motivo fútil, emprego de veneno, uso de recurso que dificulte a defesa e promessa de recompensa.O médico também foi sentenciado a 1 ano de detenção pelo crime de falsidade ideológica.Por outro lado, pai do menino Bernardo foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Após a sentença, o advogado do médico, Ezequiel Vetoretti, disse em coletiva de imprensa que deve recorrer da decisão. "Continuamos entendendo que Leandro é inocente."

Já a promotora de justiça Lúcia Helena Callegari também salientou que vai recorrer da pena para o homicídio. "Na verdade, a minha preocupação maior é em relação à pena de homicídio e hoje eu esperava 40 anos (de prisão)", observou a promotora em coletiva de imprensa.

A promotora considerou como uma "estratégia de defesa" a ausência do réu na maior parte do julgamento.

"Acho que a presença do réu seria um fator bastante negativo para os jurados, mas por outro lado eu saí bastante satisfeita que a sociedade de Três Passos ouviu o Ministério Público. (...) Mas triste, por outro lado, por saber que a gente está tratando de um fato que jamais deveria ter acontecido."

Primeiro julgamento de Boldrini foi anulado

O novo julgamento durou quatro dias e ocorreu em Três Passos (RS). Em 2019, no primeiro Tribunal do Júri, o médico foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão - outras três pessoas também foram sentenciadas, entre elas a madrasta Graciele Ugulini. Porém, em 2021, o julgamento de Boldrini foi anulado.

Na época, a 1ª Câmara Criminal do TJRS considerou que houve quebra da paridade de armas - ou seja, tratamento igualitário entre as partes - durante o interrogatório do médico. No entendimento do colegiado, os promotores de Justiça não se limitaram a formular perguntas ao réu, articulando argumentações sem que os advogados de defesa pudessem contrapor.

Desde segunda-feira (20), 10 pessoas foram ouvidas no Tribunal do Júri.

Boldrini deveria ser ouvido nesta quinta-feira, porém, ele acabou sendo dispensado pela juíza Sucilene Engler Audino por "questões de saúde", segundo o TJ-RS. Ele também não acompanhou os depoimentos das testemunhas na terça-feira (21) e quarta-feira (22).

Relembre o caso

Bernardo Boldrini desapareceu no dia 4 de abril de 2014. Após 10 dias, o corpo dele foi encontrado em uma cova às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen, cidade vizinha de Três Passos.

No mesmo dia, o pai do menino foi preso por suspeita de ser o mentor intelectual do crime; a madrasta, por ser a executora do assassinato com a ajuda da amiga dela, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz foi detido, suspeito de preparar o local onde o menino foi enterrado.

Conforme o Ministério Público, o médico e a madrasta não queriam dividir com Bernardo a herança deixada pela mãe dele, Odilaine, que morreu em 2010, e consideravam o menino um estorvo para a família.

No dia 4 de abril, o médico foi levado até Frederico Westphalen sob o pretexto de ir até uma benzedeira. O menino acabou morto por uma superdosagem de Midazolan, medicação de uso controlado.

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