Dia Nacional da Vacinação alerta para importância de prevenir doenças

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O Brasil possui um dos mais extensos sistemas de vacinação pública do planeta. No entanto, não seria viável administrar mais de 300 milhões de doses de vacina anualmente sem uma equipe capacitada para essa tarefa. Aproximadamente 193 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalham em mais de 38 mil postos de vacinação em todo o território nacional. Frequentemente, eles também atuam fora desses locais, indo ao encontro da população. Nesta quinta-feira (17), dia em que se comemora o Dia Nacional da Vacinação, os profissionais ressaltam que é essencial aproveitar cada oportunidade para informar e educar as pessoas.

Um desses profissionais é a enfermeira Viviane de Almeida, que possui 16 anos de experiência na aplicação de vacinas e atualmente está no Super Centro Carioca de Vacinação, no Rio de Janeiro. No início de sua carreira como técnica de enfermagem, ela participou de uma campanha de vacinação contra a gripe e desde então se dedicou exclusivamente a essa área.

"Uma abordagem totalmente distinta, focada em prevenir doenças que podem ser evitadas por meio da vacinação. Foi isso que realmente me conquistou", revela Viviane.

O Programa Nacional de Imunizações disponibiliza 31 vacinas, e esse conjunto é frequentemente revisto. Neste ano, por exemplo, a vacina contra a covid-19 foi incorporada ao calendário vacinal básico, a imunização contra a dengue começou a ser oferecida aos adolescentes, e a gotinha contra a poliomielite foi retirada, substituída por uma dose injetável de reforço. Além disso, o esquema vacinal contra o HPV passou a ser de dose única. Portanto, para atuar nas salas de vacinação, é fundamental ter conhecimento em imunização e se manter atualizado, inclusive para fornecer informações adequadas à população.

"A chance de visitar [o posto de saúde] deve ser encarada como uma oportunidade excepcional. Não podemos prever se aquele paciente retornará, por isso é fundamental aproveitar aquele instante para avaliar sua situação de forma abrangente, identificar o que está pendente e o que pode ser realizado naquele momento. Assim que entra na sala, é uma chance, seja como acompanhante ou como a mãe que trouxe o filho", ressalta Viviane.

Mayra Moura, enfermeira e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca a relevância do trabalho de um outro profissional: o agente comunitário de saúde. No Brasil, quase 300 mil indivíduos desempenham a função de monitorar as famílias que recebem atendimento do serviço de atenção básica à saúde em suas respectivas comunidades.

"Quando você cria essa relação de confiança, adquire a habilidade de persuadir, mas isso também envolve a preparação desses profissionais para que compreendam a função que desempenham nesse contexto. É fundamental que saibam sobre a vacinação e se sintam à vontade para esclarecer dúvidas, podendo, por exemplo, verificar: 'nesta faixa etária, você deveria ter recebido determinadas vacinas', considerando casos como o de um idoso, uma gestante ou uma pessoa em tratamento oncológico, para os quais há vacinas que são essenciais nessa circunstância", esclarece Mayra.

A enfermeira também considera que o crescimento das equipes de saúde da família, bem como a capacitação e motivação desses profissionais, são medidas fundamentais para reverter a diminuição nas taxas de vacinação.

Na enfermagem, a imunização faz parte da atenção primária, mas na realidade, ela ocorre principalmente nas salas de vacinação, enquanto as equipes de saúde da família se dedicam a outras tarefas. Assim, quando a equipe visita a residência de um paciente, a imunização deveria ser incluída em sua lista de verificação, argumenta Mayra.

Desde o ano passado, o Brasil tem elevado a cobertura das vacinas do calendário básico, mas ainda está distante do ideal. Até setembro, apenas a vacina contra o meningococo do tipo C ultrapassou a taxa recomendada de 95%. Além disso, alguns imunizantes ainda apresentam baixa cobertura; por exemplo, a vacina dTpa, que é especialmente recomendada para gestantes, foi administrada em apenas 53% do público-alvo. E menos de 30% dos bebês receberam a vacina contra a covid-19.

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