Brasil confirma caso local de cólera em Salvador – Saúde – CartaCapital

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Colera

Na sexta-feira, 19 de julho, o Ministério da Saúde informou que houve um registro autóctone de cólera em Salvador, indicando que o indivíduo contraiu a condição na própria cidade, em vez de ter viajado para outro lugar.

Foi comunicado pela Secretaria de Saúde e Meio Ambiente que um indivíduo de sessenta anos se apresentou com um incômodo no estômago e diarreia aquosa em março de 2024. O caso foi detectado após ele ter utilizado antibióticos para tratar outra enfermidade duas semanas antes. De acordo com resultados laboratoriais, a bactéria responsável pela doença foi identificada como Vibrio cholerae O1 Ogawa.

Conforme informado pelo Ministério da Saúde, este é um único incidente, pois nenhum outro registro foi encontrado após as equipes de saúde locais investigarem a epidemiologia com as pessoas que estiveram em contato com o paciente.

A propagação da doença ocorre entre um e dez dias após a contaminação. No entanto, no Brasil, as investigações epidemiológicas utilizam um período de até 20 dias como medida de precaução.

De acordo com a fonte, desde o dia 10 de abril o paciente não está mais disseminando o agente causador.

No Brasil, os últimos casos de cólera contraída localmente aconteceram em Pernambuco em 2004 e 2005 com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente. Desde 2006, nenhum caso local de cólera foi registrado, apenas casos importados, incluindo um proveniente de Angola que foi registrado no Distrito Federal em 2006, um caso proveniente da República Dominicana em São Paulo em 2011, um caso em Moçambique no Rio Grande do Sul em 2016 e um caso da Índia em 2018 no Rio Grande do Norte.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os meses de janeiro e março de 2024, ocorreram ocorrências ou surtos de cólera em 31 países ao redor do mundo. Conforme a classificação oficial da OMS, a região africana foi a mais impactada, com 18 países enfrentando casos da doença. Nas Américas, foram registrados surtos em apenas duas nações: Haiti e República Dominicana.

Em vista do panorama global de ocorrência de casos de cólera, o Ministério da Saúde ressalta que é imprescindível que os profissionais da saúde estejam plenamente conscientes quanto à situação epidemiológica da doença, saibam identificar possíveis casos, realizem investigações epidemiológicas e adotem medidas preventivas e de controle.

A enfermidade conhecida como cólera é uma condição aguda contagiosa que afeta o trato intestinal, sendo transmitida por meio de contágio fecal-oral imediato ou através do consumo de produtos alimentícios e água contaminados.

A maioria das pessoas contaminadas com o vírus não apresenta sinais visíveis (cerca de 75%) e, entre as que desenvolvem a enfermidade, a maioria lida com sintomas brandos ou moderados. Somente uma pequena parcela, de 10% a 20%, acaba tendo a variante grave, que, se não tratada rapidamente, pode prejudicar gravemente a saúde do paciente e levá-lo a óbito.

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