Lewandowski desvia de provocações de bolsonaristas na Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados

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Lewandowski

Durante a sabatina realizada nesta terça-feira (16), na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, evitou o embate com o grupo bolsonarista que domina a comissão. A sessão foi utilizada pelo grupo para tentar abalar a estabilidade do ministro e do governo federal, mas a atitude de Lewandowski pode ter desapontado os parlamentares.

Durante a reunião, o titular da pasta da Justiça escutou diversos comentários desfavoráveis ao seu antecessor, Flávio Dino, um dos principais alvos da ira bolsonarista desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, o ministro também foi interpelado, quase sempre usando um tom crítico e/ou provocativo, acerca das evasões no presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN), das liberações temporárias de detentos e das políticas do governo atual referentes às armas.

Com uma atitude calma e um modo de falar reflexivo, Lewandowski anunciou que estará presente diante da comissão e da Câmara caso haja convite, mas também destacou que talvez não fosse preciso, considerando que o Ministério da Justiça já está acessível aos deputados. Na ocasião, alguns parlamentares, até mesmo os de oposição, confirmaram ter sido acolhidos pelo ministro - e agradeceram-lhe.

Ao falar sobre seus primeiros três meses à frente da pasta da Justiça, o líder deixou claro que a fuga dos presos em Mossoró, que ocorreu apenas duas semanas após assumir o cargo, foi um evento significativo. No entanto, ele assegurou que tais incidentes não ocorrerão novamente sob sua gestão.

Ninguém tinha previsto nem desejava tal situação. Fui pego de surpresa, apesar de estar na função há poucos dias", comentou sobre o incidente. "Posso garantir que nunca mais ocorrerão fugas", ressaltou. O titular ministerial afirmou que a cadeia está ultrapassada, que ocorreu descuido na monitorização, violação de medidas de proteção e falhas em equipamentos.

De acordo com Lewandowski, o acontecimento desencadeou o aumento da segurança em todas as prisões federais. Outrossim, ele mencionou que a gerência da unidade no estado do Rio Grande do Norte foi destituída e assegurou que as questões infraestruturais no local foram resolvidas.

Desde o início de 2023, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) se tornou um alvo da oposição para atacar o governo Lula. Anteriormente, o ministro titular da pasta Flávio Dino, que agora é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), compareceu ao Congresso em várias ocasiões para prestar esclarecimentos solicitados pela CSP. No entanto, ele optou por não atender a outros três convites e foi denunciado à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Por volta de março, o chefe da Comissão, chamado Alberto Fraga (PL-DF), retirou da pauta temporariamente um grupo de quatro pedidos que solicitavam a convocação de Lewandowski. Isso ocorreu depois que o ministro se encontrou com Fraga para uma reunião no Ministério. No entanto, os pedidos foram novamente incluídos na agenda poucos dias depois e foram aprovados pelos membros da comissão.

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