Dolarização não substitui políticas econômicas sólidas, diz FMI sobre Argentina

Argentina

Durante uma conferência de imprensa na reunião anual do Fundo Monetário Internacional em Marrakech, Marrocos, Rodrigo Valdés, diretor do departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, respondeu a perguntas sobre a eleição presidencial na Argentina. Ele declarou que a dolarização não é uma alternativa para políticas econômicas firmes.

Argentina - Figure 1
Foto Valor Econômico

Um dos projetos do candidato Javier Milei, que se encontra em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, é a adesão ao dólar como moeda da economia.

Valdés afirmou que o Fundo respeita profundamente as decisões soberanas dos países em relação à escolha dos seus próprios arranjos. Apesar disso, eles se preocupam em garantir que as condições para uma transição para um novo regime, bem como para obter resultados adequados depois que esse novo regime estiver estabelecido, sejam atendidas.

Quando uma economia considera dolarizar, é crucial cumprir algumas etapas políticas e ter alguns requisitos antes de fazer a mudança, de acordo com Valdés. Em resposta a outra questão, o chefe do FMI indicou que ter reservas internacionais é uma dessas necessidades importantes.

De acordo com as palavras de Valdés, o Fundo tem a disposição de aumentar sua interação com as equipes financeiras dos candidatos, com o objetivo de compreender suas diretrizes. No momento atual, o objetivo é apenas ouvir as perspectivas deles, sem tratar de nenhuma discussão.

Valdés afirmou que a Argentina enfrenta atualmente "vários obstáculos significantes". Entre eles, está a inflação, que está "em um patamar muito elevado e em constante crescimento". Além disso, ele destacou que a situação social do país é delicada.

De acordo com o FMI, espera-se que a economia da Argentina apresente uma queda de 2,5% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2023, enquanto inflação deverá chegar a 122%.

Para enfrentar esses desafios, segundo Valdés, é necessário um plano macroeconómico "forte e credível" e, de preferência, com um forte impacto político. Também é importante abordar questões financeiras, ao mesmo tempo protegendo os mais vulneráveis.

Ler mais
Notícias semelhantes