Macron concede a cacique Raoni a mais alta honraria da França
Nesta terça-feira, dia 26, o líder da tribo kayapó, cacique Raoni Metuktire, receberá a Ordem Nacional da Legião de Honra da França das mãos do presidente do país, Emmanuel Macron. Essa honraria é concedida às pessoas que se destacam no cenário global, independentemente da sua origem nacional.
Napoleão Bonaparte criou a honra em 20 de maio de 1802.
Aos seus 92 anos, Raoni Metuktire é famoso por sua dedicação à defesa da Amazônia e dos povos da floresta. O cacique é amplamente reconhecido globalmente e viajou pelo mundo afora, partindo da aldeia Kraimopry-yaka, sua terra natal, enquanto buscava pela paz. Além disso, ele mantém uma interlocução aberta com diversas personalidades notáveis, entre elas o Papa Francisco e o Rei britânico, Charles III.
Em sua estreia no Brasil como chefe de estado, Macron chega hoje em Belém (PA), onde terá recepção do presidente Lula. Juntos, eles realizarão uma série de atividades englobando questões como meio ambiente, defesa, reforma de organizações internacionais e outras temáticas importantes. O líder francês também visitará outras regiões brasileiras, dentre elas, o Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Na cidade de Belém, os chefes de Estado irão observar a fabricação manual e ecologicamente correta de chocolates na área florestal. Além disso, eles terão uma reunião com membros da comunidade indígena, onde o presidente Macron concederá uma homenagem ao cacique Raoni.
O líder indígena, Raoni, será agraciado com o título de cavaleiro, tornando-se o primeiro membro indígena da Legião de Honra na França. Ele é respeitado internacionalmente por sua luta em favor dos povos indígenas e da preservação do meio ambiente. Desde 1989, ele divulga mensagens sobre direitos humanos e proteção das florestas, tendo criado a Rainforest Association. Em 2001, fundou o Instituto Raoni para dar continuidade à sua missão.
Raoni também realiza mobilizações contra planos de construir barragens que colocam em risco as terras e os direitos dos povos indígenas. Em 1993, após uma turnê mundial que gerou grande empolgação, as áreas indígenas do Xingu foram reunidas, formando agora a maior reserva de florestas tropicais do mundo, conforme explicado pela Embaixada da França.
Artigo expandido às 14h13
