Cientistas descobrem que núcleo da Terra pode ter parado de girar

25 Jan 2023

postado em 25/01/2023 06:00

 (crédito: Laboratório de Propulsão de Jato/Nasa/Divulgação )

(crédito: Laboratório de Propulsão de Jato/Nasa/Divulgação )

Milhares de quilômetros abaixo da superfície da Terra, algo inesperado chama a atenção de cientistas. Em algum momento da última década, aparentemente, o núcleo do planeta parou de girar. Em um estudo publicado na revista Nature Geoscience, sismólogos da Universidade de Pequim revelaram o fenômeno que, por ora, não parece ter maiores consequências, algo que os pesquisadores ainda investigam.

Esfera quente do tamanho de Plutão, o núcleo da Terra fica a 5 mil quilômetros da superfície e é constituído essencialmente de ferro. Além de frear, o estudo sugere que, agora, ele faz o movimento para o lado oposto.

O mecanismo exato de rotação desta esfera, livre de movimento uma vez que flutua no líquido do núcleo externo, permanece difícil de decifrar. O pouco que se sabe é baseado em análises das ondas sísmicas, provocadas por terremotos, quando passam pelo centro do planeta.

Saiba Mais
Balanço

Ao analisar os dados das ondas sísmicas nas últimas seis décadas, Xiaodong Song e Yi Yang, da Universidade de Pequim, concluíram que a rotação do núcleo "quase parou por volta de 2009 e depois girou na direção oposta". "Acreditamos que o núcleo central está, em relação à superfície da Terra, girando em uma direção e depois na outra, como um balanço", disseram, por email, à agência France Presse (AFP). "Um ciclo completo desse movimento dura em torno de sete décadas", acrescentaram. Isso significa que muda de direção aproximadamente a cada 35 anos.

A última mudança de rotação, anterior a de 2009, aconteceu no início dos anos 1970. E a próxima ocorrerá em meados da década de 2040, completando o ciclo, segundo os cientistas chineses. O movimento se ajusta, aproximadamente, às mudanças na duração do dia, variações mínimas no tempo exato que a Terra precisa para efetuar uma volta em seu próprio eixo.

Até hoje, existem poucas indicações sobre a influência dessa rotação na superfície terrestre. No entanto, os dois autores garantem estar convencidos de que há ligações físicas entre todas as camadas que compõem a Terra. Entre os efeitos sugeridos por eles estão alterações na duração dos dias, o que exigiria ajustes em relógios atômicos. É possível, também, que o fenômeno tenha alguma influência no clima, mas os cientistas ponderaram ser preciso estudá-lo melhor antes de cravar a conclusão.

Ler mais
Notícias semelhantes
Notícias mais populares dessa semana