Marielle Franco: Chiquinho Brazão é o deputado citado como mandante do crime, diz jornalista

Chiquinho Brazão

O texto foi publicado na seção de POLÍTICA no dia 20/03/2024 às 06:43.

De acordo com a coluna escrita pelo jornalista Guilherme Amado no Metrópoles, o deputado federal Chiquinho Bazão (União-RJ) foi identificado como a figura com imunidade parlamentar mencionada na delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa durante as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) sobre o duplo homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes em março de 2018.

CONHEÇA MAIS: Domingos Brazão: as conexões entre Flávio Bolsonaro e o alegado responsável pelo assassinato de Marielle. Ronnie Lessa confirma a declaração de Élcio Queiroz sobre o organizador do crime.

O repórter afirma que as notícias foram validadas por "indivíduos do Supremo Tribunal Federal", popularmente conhecido como STF. As acusações foram levadas ao tribunal depois de Lessa, suspeito de ter cometido o delito, mencionar uma alta autoridade com imunidade legal. O congressista ainda não emitiu nenhum comentário a respeito.

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (19), o Ministro Ricardo Lewandowski, responsável pela pasta de Justiça e Segurança Pública, divulgou que a delação do ex-policial militar, que também é vizinho de Jair Bolsonaro (PL) no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, foi oficializada pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

O ministro anunciou que a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa foi aprovada após uma reunião com o juiz assistente e o ministro Alexandre de Moraes, e Lessa confirmou todos os termos da delação premiada durante a sessão realizada ontem.

Se a confirmação da informação for verídica, Lessa teria revelado que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão foram os responsáveis pelo assassinato da vereadora e do motorista. A vereadora possivelmente foi morta por sua oposição às atividades ilícitas de compra e venda de imóveis em regiões controladas pela milícia.

Domingos Brazão é o conselheiro atualmente presente no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCR-RJ) e o primeiro membro da família Brazão a ingressar na política. Em 1996, foi eleito vereador pelo Partido Liberal, que é atualmente associado ao Partido de Jair Bolsonaro.

Ele ingressou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 1998 e ocupou um assento lá até 28 de abril de 2015. Durante o seu mandato estadual, ele colaborou com Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que é conhecido como o filho mais velho do ex-presidente e atual senador.

No ano de 2022, Chiquinho Brazão realizou uma campanha política a favor de Jair Bolsonaro, do qual obteve diferentes vantagens durante o período inicial do governo do ex-presidente, que acabou sendo derrotado por Lula.

No mês de outubro de 2022, Chiquinho utilizou suas redes sociais para divulgar uma série de vídeos promovendo a candidatura de Jair Bolsonaro, tendo inclusive contado com a participação do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente.

No dia 9 de julho de 2019, João Vitor Moraes Brazão e Dalila Maria de Moraes Brazão, respectivamente filho e cônjuge do deputado federal Chiquinho Brazão (Avante-RJ), foram agraciados com os passaportes diplomáticos concedidos pelo governo Bolsonaro.

Ao longo da história, a família Brazão possui vínculos com o clã Bolsonaro e também com organizações milicianas do Rio de Janeiro.

No ano de 2018, durante o período em que ocupava o cargo de vereador, Chiquinho teve um encontro com Cristiano Girão, membro de grupo paramilitar. A reunião ocorreu em 7 de março, somente uma semana antes do terrível homicídio de Marielle e Anderson.

Girão e Ronnie Lessa enfrentarão julgamento por júri popular pelo homicídio do ex-policial Andre Henrique da Silva Souza, conhecido como Andre Zóio, e sua companheira Juliana Sales de Oliveira, de 27 anos, ocorrido no dia 14 de junho de 2014. Há indícios de que Ronnie Lessa teria denunciado os irmãos Brazão.

Girão, que desempenhou o cargo de vereador anteriormente, se encontra detido desde o ano de 2021, após ter sido julgado e condenado por liderar a organização paramilitar da Gardênia Azul, situada em Jacarepaguá, bairro localizado na região Oeste do Rio de Janeiro.

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